Aluguel consome até 65% da renda familiar no Brasil

Estudo revela desigualdades entre classes sociais e impacto regional nos custos com moradia no país.

Um estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a plataforma Quinto Andar, revelou que o aluguel consome, em média, 25,83% da renda familiar dos brasileiros. A análise foi baseada em dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE.

📉 Desigualdade de impacto por faixa de renda

O estudo mostra que famílias de baixa renda são significativamente mais afetadas. Entre aquelas com renda mensal de até R$ 1.908, o aluguel consome 48,12% dos rendimentos. Já entre as famílias com renda superior a R$ 23.850, o comprometimento cai para 11,55%.

📍 Cidades com maiores impactos

O Rio de Janeiro lidera o ranking com os maiores índices de comprometimento de renda. Famílias de baixa renda gastam, em média, R$ 549,64 por mês com aluguel, o que representa 65,12% da renda — muito acima da média nacional, de R$ 404,55.

Já em São Paulo, a média de comprometimento é de 44,32% entre famílias de menor poder aquisitivo, com gasto mensal de R$ 502,40. Famílias de alta renda na capital paulista comprometem, em média, apenas 11,55% do orçamento com aluguel, com gasto de R$ 3.748,39.

🏠 Imóveis vazios representam prejuízo

O estudo também destaca que imóveis vagos representam perdas milionárias em potencial, tanto para proprietários quanto para o mercado. A falta de ocupação está ligada, em parte, à desatualização de valores, falta de adequação dos imóveis ou insegurança jurídica nos contratos.

📊 O que isso representa para o mercado?

Segundo Lucas Limas, diretor geral do Quinto Andar, o mercado do Rio de Janeiro é “especialmente líquido”, sofrendo forte influência do turismo. A combinação de demanda elevada e oferta limitada contribui para o aumento dos preços e da pressão sobre as famílias mais vulneráveis.

🔍 Como enfrentar esse cenário?

A busca por uma solução passa por políticas públicas habitacionais mais efetivas, incentivos à locação social, revisão de contratos, além de apoio técnico e jurídico para locadores e locatários. Imobiliárias especializadas e corretores certificados desempenham papel crucial nesse contexto.

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